Ciclo hidrológico do Pantanal e os desafios para a sua preservação

Reconhecido como a maior área úmida continental do planeta, o bioma possui uma importante função para a preservação de recursos naturais.

Reconhecido como a maior planície de inundação contínua do planeta, o Pantanal desempenha uma função significativa para garantir a segurança hídrica.

Uma parte considerável deste bioma é coberta por água, responsável por formar uma extensa planície, capaz de regular os cursos dos principais rios da região, como o rio Paraguai e seus afluentes. A maior parte dessas áreas é periodicamente inundada, desempenhando um papel crucial na conservação da biodiversidade.

Embora abranja uma pequena extensão territorial do Brasil (apenas 1,76% do território brasileiro), o Pantanal conta com uma riqueza exuberante. Com aproximadamente 150.355 km² (IBGE, 2004) de planície aluvial, o bioma é influenciado pelos rios que drenam a bacia do Alto Paraguai.

Responsável por controlar os fluxos de água, os rios e afluentes do Pantanal atravessam as regiões do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e outros países como Argentina, Bolívia e Paraguai.

A biodiversidade do Pantanal é notável, são registradas pelo menos 264 espécies de peixes, 652 de aves, 102 de mamíferos, 177 de répteis e 40 de anfíbios. A influência do cerrado e a presença de elementos amazônicos contribuem para essa abundância.

Contudo, o Pantanal tem enfrentado uma série de desafios nos últimos anos. A região apresenta situações críticas de desmatamento a partir de incêndios. Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o bioma teve 22.116 pontos de incêndio em 2020, o maior número de focos da história.

A vegetação do Pantanal é essencial para a resiliência hídrica.
A vegetação do Pantanal é essencial para a resiliência hídrica. Foto: Getty Images

O ciclo das águas do Pantanal

Os rios e afluentes que percorrem o Pantanal são responsáveis por formar grandes áreas propícias à inundação. Isso ocorre devido às características do seu relevo, que conta com baixa declividade.

Reconhecido como Arco das Nascentes, o Pantanal apresenta uma cadeia de morros que contorna a região. Essa peculiaridade do bioma abriga um sistema diverso de nascentes de rios como Cabaçal, Coxim, Cuiabá, Jauru, Manso, Paraguai, Rio dos Bugres, São Lourenço, Sepotuba e Taquari, que consistem em 70% de toda a água que percorre a região.

O ciclo de inundações do Pantanal se repete todo ano, tendo o seu início a partir das chuvas no mês de novembro. A partir de um trimestre de chuvas intensas na região dos morros, o nível das águas dos rios passa a subir e se espalhar por toda a planície. Assim, o bioma apresenta  campos inundados, como lagoas, vazantes e corixos, contribuindo para a renovação desse complexo ecossistema e a existência de uma rica diversidade de animais e plantas.

A notável vegetação do Pantanal é essencial para a resiliência hídrica e contribui para a evapotranspiração, processo natural que regula a água da chuva, garantindo que ela volte para a atmosfera. Dessa forma, o bioma assegura a qualidade do ar e a proteção de sua fauna e flora.

No Pantanal, o clima no verão registra maior umidade, enquanto no inverno a região se torna mais seca. Grande parte dos solos deste bioma possui uma característica arenosa e propícia para as pastagens nativas.

O papel da Amazônia no ciclo hidrológico do Pantanal

A maior floresta tropical do mundo possui uma relação de coexistência com o Pantanal. Para que o fluxo da água seja contínuo no Pantanal, o bioma depende das chuvas originárias na região da Amazônia.

Essa inter-relação entre os biomas permite que se ocorra as cheias pantaneiras, responsáveis por manter as características da região, que são essenciais para a preservação do ecossistema.

As chuvas da Amazônia que chegam até o Pantanal são conhecidas como “rios voadores”, caracterizados como uma massa de ar que carrega uma grande quantidade de vapor de água, responsáveis pelas chuvas intensas na região pantaneira.

O Pantanal depende das chuvas originárias na região da Amazônia.
O Pantanal depende das chuvas originárias na região da Amazônia. Foto: Getty Images

Em termos práticos, o papel desempenhado pela Amazônia é como de uma bomba d’água. Todo o seu ecossistema é responsável por carregar a umidade evaporada pelo oceano Atlântico, que se transforma em chuva na floresta.

Por meio da evapotranspiração, a água da chuva volta para a atmosfera, deixando o ar carregado de umidade, que será transportado para outras regiões para cair novamente como chuva.

Por isso, os danos ambientais registrados na Amazônia influenciam diretamente na vitalidade do Pantanal. O avanço preocupante do desmatamento, por exemplo, impacta no processo de estabilização das chuvas, impedindo que a umidade do ar consiga se espalhar para outras regiões do país.

Os desafios para a preservação do Pantanal

Nos últimos anos, o Pantanal sofreu um impacto devastador com as queimadas. Segundo um estudo publicado pela rede colaborativa MapBiomas, 57% do território do Pantanal foi queimado nos últimos 36 anos. Além de destruir a biodiversidade, as queimadas também promovem a seca. O estudo também comprova que o Pantanal perdeu cerca de 29% de superfície de água.

A expansão desenfreada da agropecuária, com o uso em excesso de agroquímicos, além da exploração causada pela mineração em regiões elevadas, são responsáveis pela contaminação de nascentes e profundas alterações regionais.

O desmatamento contribui para o desaparecimento da vegetação nativa, causando o empobrecimento do solo e a destruição de habitats. Tal consequência faz avançar os processos erosivos no bioma, causando intervalos ainda maiores de seca.

Alternativas sustentáveis e eficazes para a proteção do bioma

Diante do cenário crítico de devastação do Pantanal, é fundamental que sejam adotadas estratégias e soluções eficientes, com a inclusão de comunidades locais, para a conservação e proteção do bioma.

Para diminuir os impactos causados pela criação de animais, a pecuária sustentável se caracteriza como uma alternativa sustentável. Ao unir tecnologia e natureza, a atividade respeita as características do bioma e promove a criação controlada de animais, a partir de pastagens nativas.

Nos ciclos das águas do Pantanal, alternativas sustentáveis se tornam essenciais para manter esse processo vital para a região. A avaliação e o monitoramento, promovidos por sistemas tecnológicos de dados, como os utilizados pela TyQuant, asseguram a preservação de corpos d’água, além de manter a qualidade e a quantidade de recursos naturais.

Promover a proteção da água e do solo contribui para a preservação de toda a biodiversidade, restaurando o equilíbrio do Pantanal e a segurança para toda a natureza, que exige medidas preventivas e eficientes para enfrentar os desafios.

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