Desertificação da Caatinga: como evitar o desaparecimento desse bioma

A região é o terceiro bioma mais degradado do Brasil e já perdeu cerca de 40% da água natural.

Considerado como um bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga tem uma biodiversidade única, abrangendo regiões como o Nordeste e o norte de Minas Gerais, o que representa aproximadamente 10% do território nacional. O seu nome tem origem tupi-guarani e significa “floresta branca”, que remete às suas características no período de seca. Além de passar pelo momento crítico do clima, a região da Caatinga também é afetada pela ameaça da desertificação.

Diferentemente da seca, o processo de desertificação é antrópico, ou seja, causado pelo homem e suas atividades que afetam o meio ambiente. Segundo a estimativa do projeto Mapbiomas, foi registrada uma perda de 40% de água natural na região, entre anos de 1985 e 2020.

Dessa forma, estima-se que boa parte da vegetação da Caatinga apresenta modificações graves, tornando a região o terceiro bioma mais degradado do Brasil. Segundo o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), o número de área desmatada na Caatinga chega a 46%, ficando atrás de outros biomas brasileiros como a Mata Atlântica e o Cerrado.

Para reforçar a preservação de regiões afetadas pela seca e o combate à desertificação, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou em 1994 o Dia Mundial do Combate à Desertificação e a Seca, comemorado anualmente em 17 de junho, onde são realizadas diversas atividades para debater o tema e promover a conscientização.

A Caatinga é o terceiro bioma mais degradado do Brasil, ficando atrás da Mata Atlântica e Cerrado.
A Caatinga é o terceiro bioma mais degradado do Brasil, ficando atrás da Mata Atlântica e Cerrado. Foto: Getty Images

O impacto da desertificação na região da Caatinga

Quando se fala em desertificação na Caatinga, é importante salientar que as características próprias da região a tornam propícia para a degradação do solo. Afinal, estamos falando de um território que enfrenta períodos intensos de seca.

Apesar do clima intenso, o bioma apresenta certa resistência aos eventos climáticos e consegue se adaptar aos períodos de seca. Ao contrário do que acontece com a intervenção humana, que causa a desertificação e todo o comprometimento da biodiversidade do local.

As principais atividades causadoras da desertificação são o desmatamento, criação de bovinos e ovinos, queimadas e a ocupação do território desprovida de práticas sustentáveis que, por falta de conscientização, colabora para a degradação da Caatinga.

Ações como o desmatamento na região da Caatinga provocam o processo erosivo do solo, causando o aumento da lâmina d’água de rios e lagos no sentido horizontal, que se torna um cenário propício para a evaporação e o ressecamento da região.

Com a ausência de uma devida proteção verde na Caatinga, toda a sua biodiversidade é afetada, causando o desaparecimento de rios, mata nativa, animais e o impacto direto na qualidade de vida ao seu redor.

As fases do processo de desertificação

Ao analisar o processo de desertificação da região da Caatinga, é possível classificá-lo em cinco fases, que mostram a constante degradação do território. Na primeira fase, o solo é afetado pela atividade humana desregulada, como queimadas, desmatamento ou construções desordenadas de estradas, irrigações, mineração, entre outros.

Em um segundo momento, o solo já afetado passa a sofrer com o calor intenso proveniente dos períodos de seca, tornando-o ainda mais frágil para a sua recuperação. Na terceira fase, as chuvas intensas danificam a superfície do solo, que já não consegue promover o reflorestamento de forma natural.

No quarto nível de desertificação, a área afetada já não é capaz de recriar a sua biodiversidade, devido à falta de nutrientes no solo. Ao alcançar a quinta fase, o processo de desertificação pode se tornar irreversível.

Soluções para combater a desertificação

Para evitar toda a perda de uma biodiversidade, existem soluções que podem transformar o cenário de desertificação da Caatinga. Com a cooperação de diferentes setores, como o poder público, organizações não governamentais, o setor privado e as comunidades locais, é possível apresentar soluções eficientes para recriar a natureza tão rica e diversa da região da Caatinga.

O controle do desmatamento e queimadas, por exemplo, pode ser aplicado por meio da conscientização de conservação da biodiversidade, tornando propício o reflorestamento e aplicação de barreiras verdes, com o intuito de limitar a exploração do local.

Já a aplicação de tecnologias, sistemas inteligentes e soluções baseadas na natureza, podem promover a irrigação e o manejo correto do solo, inspirando o desenvolvimento do setor agrícola e da pecuária para uma ação mais sustentável.

Ao apresentar soluções mais sustentáveis para o combate da desertificação na região da Caatinga, diversos setores sociais também contribuem com o fortalecimento do acesso à educação ambiental, que pode transformar a nossa relação com a natureza, tornando cada ação da sociedade mais consciente para a preservação e restauração da Caatinga.

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