Urbanismo sustentável contribui para a melhoria na gestão hídrica
Saiba como a gestão de recursos hídricos, somada à infraestrutura verde, pode prevenir desastres e impulsionar o urbanismo sustentável.
A rápida urbanização, o desmatamento desenfreado e ações humanas têm gerado cenários catastróficos ao redor do mundo, resultando em enchentes, inundações e deslizamentos. Esses eventos não apenas ameaçam a população, mas também reacendem uma preocupação há muito esquecida pelos governos: a gestão de recursos hídricos e o impacto das atividades humanas no meio ambiente.
Pequenas ações diárias, como evitar jogar lixo no chão e reutilizar a água da chuva, continuam importantes, mas agora é urgente adotar práticas de prevenção em níveis público e privado. Arquitetos e urbanistas, em colaboração com paisagistas, desempenham um papel crucial ao integrar a gestão de recursos naturais e a prevenção de desastres em projetos urbanos, de acordo com reportagem publicada no site da revista Casa e Jardim.

Na reportagem, Débora Ciociola, do escritório Jaime Lerner Associados, destaca a filosofia de “desenhar com a água”, seguindo uma abordagem que estuda o comportamento da chuva e dos rios. A permeabilidade do solo, jardins de chuva nas calçadas e parques que preservam espécies nativas são estratégias adotadas pelo urbanismo sustentável para conter e gerenciar a água das chuvas, reduzindo a pressão sobre as galerias pluviais convencionais. Já a paisagista Juliana Castro, do escritório JA8 Arquitetura Viva, enfatiza a importância das plantas nativas na retenção efetiva de águas pluviais, direcionando-as de forma segura para lençóis freáticos e rios.
No setor privado, projetos como o Vivapark Porto Belo, em Santa Catarina, exemplificam a integração de práticas sustentáveis e o uso da infraestrutura verde desde o planejamento. Áreas permeáveis, canteiros de retenção e uma lagoa de contenção são elementos essenciais para evitar enchentes em uma região propensa a fortes chuvas.
Esses projetos de urbanismo sustentável, desenvolvidos por equipes multidisciplinares, incorporam diretrizes para ocupação, uso do solo, drenagem, gestão de recursos hídricos e reflorestamento. Segundo Marco Tulio Cabral, diretor da construtora MR2, bairros planejados oferecem um controle mais eficaz desses recursos, com tratamento de esgoto e drenagem adequada da água pluvial.
No entanto, embora projetos desse tipo já estejam em andamento em regiões com alto custo por metro quadrado, é essencial que existam ações governamentais para renovar e requalificar áreas urbanas propensas a enchentes e deslizamentos, uma vez que muitos bairros ainda carecem de saneamento básico.
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